Unanimidade e falta de debate
Há cerca de um ano o Partido Democrata americano foi confrontado com uma enorme crise política. O Presidente e candidato às eleições de novembro de 2024 percebeu, finalmente, que não estava em condições de enfrentar Donald Trump e abandonou a corrida eleitoral. Nessa altura, entraram em confronto duas correntes opostas no que diz respeito à escolha do sucessor e líder do partido: uma que defendia uma convenção aberta, com debate entre adversários e a escolha do líder pelos congressistas; outra que preferia uma demonstração de unidade em torno de uma única candidatura, com o argumento de que não havia tempo para fazer de outra forma dada a proximidade da convenção e das eleições.
Como é bem sabido, a segunda opção venceu e o partido – com todas as suas divergências internas – uniu-se em torno de uma candidata que quatro anos antes tinha sido derrotada copiosamente por Joe Biden nas primárias democratas. Kamala Harris, então vice-presidente, tornou-se líder do Partido Democrata e a escolhida para enfrentar Donald Trump. E, mais uma vez, sofreu uma derrota em toda a linha, com o Republicano a conquistar uma enorme maioria, na votação popular e no colégio eleitoral.
Mesmo tendo ocorrido do........
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