Perceções e realidades
De vez em quando a generalidade da comunicação social portuguesa parece ser acometida por uma espécie de histeria coletiva que lhe apaga a memória, e que transforma aquilo que ocorre em determinado momento num fator absolutamente determinante da nossa vida em sociedade. Uma espécie de momento zero, em que o que está para trás não importa. Como se nada tivesse a acontecido até aos dias de hoje.
A atual discussão em torno da atividade de movimentos neonazis em Portugal parece ser mais um desses momentos. A generalidade do país pode estar distraída, mas os órgãos de comunicação social têm a obrigação de saber – ou de ter quem saiba – que as reuniões, eventos e manifestações destes grupos tem sido uma realidade, pelo menos nas duas últimas décadas. Várias ações têm sido reprimidas, os responsáveis por crimes ideológicos tem sido presos e condenados e as autoridades que os acompanham e monitorizam de forma permanente têm alertado sistematicamente para a sua atividade e evolução, cuja intensidade varia conforme alguns dos seus elementos estejam ou não em liberdade. Na verdade só fica surpreendido ou escandalizado quem anda muito distraído.
Basta fazer um breve exercício........
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