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Quais as consequências e como acabará a política de tarifas de Donald Trump?

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08.05.2025

A imposição de tarifas aduaneiras sobre as trocas comerciais entre os EUA e a quase totalidade dos países do mundo, decididas pela Administração Trump (AT), significam uma mudança radical da política de liberalismo criada e desenvolvida nos últimos 70 anos, para a qual os EUA foram um dos principais obreiros e que contribuiu decisivamente para o crescimento económico mundial e para a melhoria, em geral, das condições e vida das populações no planeta.

A razão invocada para esta radical mudança, pelo Presidente americano, foi a de que todos os países, com destaque para a China, União Europeia e outros países industrializados, se tinham aproveitado e ‘explorado’ os EUA, através de tarifas comerciais abusivas, havendo agora, por consequência, o direito de responder (retaliar) em conformidade.

Nenhuma análise ou facto comprovado fundamenta esta decisão da AT. Desde 1960 que o PIB per capita dos EUA tem crescido a um ritmo muito mais rápido do que o da União Europeia e o da China, situando-se atualmente em cerca de 80.000 dólares por habitante, cerca do dobro do PIB per capita da União Europeia (EU) e mais de 4 vezes do PIB per capita chinês (dados do Banco Mundial).

Um outro aspeto também invocado pela AT diz respeito à alegada necessidade de elevar as tarifas às exportações de outros países para os EUA, para assegurar a reciprocidade das tarifas americanas com as desses outros países.

Várias análises e estudos, publicados na imprensa internacional, vieram demonstrar que não há qualquer fundamento ou justificação, com base na reciprocidade, para o violento e brutal aumento das tarifas que põe seriamente em causa a economia mundial e aumenta fortemente os riscos de recessão.

Como um dos muitos exemplos, em que esta reciprocidade não existe, refira-se o caso do Vietname a quem foi aplicada uma tarifa de 46% quando a diferença real entre as tarifas médias, entre os EUA e este país, se situa apenas em cerca de 7%:

Outro exemplo, tem a ver com a proposta da EU de um acordo com os EUA, com tarifas ‘zero’ para os produtos industriais, que foi recusada pela AT.

No já famoso quadro apresentado por Donald Trump na conferência de imprensa em que divulgou as novas tarifas, estas são o resultado de uma formula que relaciona o saldo comercial entre os EUA e os países considerados e a importação desses países.

Para além da........

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