A poesia também pode ser feita das coisas mais simples
A primeira vez que ouvi falar de Adília Lopes (nom de plume de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira), foi por volta do ano 1999 ou 2000, na esplanada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, quando uma amiga me mostrou um livro com uns versos estranhos:
«Marianna que não gosta
de chantilly
passa a gostar de duchesses
a partir do momento
em que
chantilly lhe soa a Chamilly»
‘Mas que disparate é este?’, pensei. ‘Têm o atrevimento de chamar a isto poesia?’ Senti uma espécie de embirração natural e imediata pela autora, formando dela a imagem de uma pessoa mal-educada e irritante.
Só muito mais tarde vim a saber que o tal livro era uma espécie de variação sobre um clássico das letras de 1669, Cartas Portuguesas, atribuído a Mariana Alcoforado, uma freira de Beja (de onde por coincidência também é........
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