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Azul, sempre

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25.04.2025

De acordo com algumas pesquisas, a cor azul, apesar de fria e distante, é a favorita da humanidade, que a associa à harmonia, tranquilidade, introspeção e fidelidade. Se, na pintura, o luminoso azul-ultramarino – o pigmento mais caro de todos os tempos, obtido do lápis-lazúli, uma pedra semipreciosa – encantou desde a Antiguidade, foi apenas a partir do século XVIII que ficou disponível o bem mais acessível azul-da-prússia. Primeiro pigmento totalmente sintético, marca presença em obras icónicas como A Grande Onda de Kanagawa (c. 1830), de Katsushika Hokusai (na imagem), ou A Noite Estrelada (1889), de Vincent van Gogh. Trata-se do hexacianoferrato(II) de ferro(III) – Fe₄[Fe(CN)₆]₃ -, que, como o nome indica, é um composto de ferro e cianeto.
Terá sido descoberto em Berlim, no início do século XVIII, no laboratório do alquimista Dippel. Enquanto este produzia o oleum animale – um destilado de sangue e ossos com potassa (carbonato de potássio) -, um colaborador, Diesbach, tentava obter laca florentina, um pigmento vermelho derivado do ácido carmínico da cochonilha (um inseto), tratado com alúmen (sulfato duplo de alumínio e........

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