BE: da agonia à morte será um saltinho
Quando o Bloco de Esquerda surgiu no panorama político português pareceu uma lufada de ar fresco. Uma esquerda urbana e sofisticada, constituída por intelectuais socialmente aceites e com espaço numa comunicação social que, como hoje, combina um misto de ingenuidade ignorante sobre a real natureza da criatura, com o colaboracionismo próprio dos idiotas úteis.
Francisco Louçã era o intelectual-radical eternamente jovem que atraía, por um lado, os eleitores esquerdistas urbanos, dececionados com o fim do comunismo e, por outro, os socialistas frustrados com o facto do PS de ‘terceira via’ ser pouco socialista – o líder moderado, católico praticante, António Guterres, foi uma bênção para os fundadores do BE. Criado com apoio do PS para canibalizar votos ao PCP, acabou sendo instrumento do PSD para canibalizar o PS (uma história dos alçapões da política portuguesa, que um dia será........
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