O Matuto e os Champôs
O Matuto é um pessimista. Em quase todas as ocasiões o pessimismo é mais recomendável, além de ser mais acutilante e elegante. O optimismo é enfadonho. Fastidioso. Quem lê as crónicas dum optimista? Quem lê as crónicas dum bendizente? Ninguém. De crónicas desse jaez não reza a História. Daí que o Matuto seja um pessimista por teimosia e pedantice.
Afinal, os males da existência, pedem mais sobriedade do que euforia. Uma certa frugalidade. Só assim o Matuto dá conta dos episódios farfalhudos deste mundo que, diga-se de passagem, endoidou de vez. Mas, disso falaremos noutra crónica. Adiante que se faz tarde.
É preciso assentar que este pessimismo crônico do Matuto invade o universo dos champôs (xampu, no Brasil, por favor). É verdade que os rótulos dos champôs são ultra cativantes, irresistíveis até. Desde promessas de estancar a queda dos cabelos, passando por revitalizações e actuações sobre as pontas dos apêndices capilares, até à nutrição das raízes e hidratação das penugens. Há de tudo! Nestas coisas e loisas domésticas, na “Casa das Pontes”, é a Dona Sirlei, a gentil esposa do Matuto que faz a gestão da panóplia de champôs residentes. Há 5 exemplares na casa de banho principal, da “Casa das Pontes”. Entretanto, o Matuto sabe de fonte segura que no apartamento do Sr. Rocha – a........
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