O Matuto e as Senhoras Elegantes
O Matuto adora cafés. O espaço, bem entendido. O Matuto considera que um café deve ser um lugar aconchegante, íntimo. Deve estar-se num café como na nossa poltrona favorita. O aconchego pode vir dum recanto com livros e revistas (sim! Muitas revistas!); mesas de madeira; um piano no canto; uma parede desnudando os tijolos; janelas rasgando a paisagem; almofadões; luz suave; um cesto com discos de vinil; uma lareira, e claro, um jazz clássico no ar. Eis umas dicas para quem deseja abrir um café. Mas adiante que se faz tarde!
O Matuto afirma de pés juntos que os seguintes relatos são genuínos. Em comum as duas histórias têm o café e a viuvez. A primeira passa-se em Lisboa. Dona Cremilde habita no Bairro dos Actores, esquina da Carlos Mardel com a Lucinda do Carmo. Dona Cremilde vive a sua viuvez entre o tapete gasto e as cortinas tristonhas. O piano de mogno fala de abastanças passadas. As porcelanas e as poltronas exalam aromas........
© Jornal SOL
