Aquilo que fica em nós (e entre nós)
Há uns anos acompanhei uma senhora em consulta de psicologia que, apesar de algumas adversidades da vida, não queria falhar no cuidado com o filho. Contava-me que todos os dias, depois de o ir buscar à escola, reservava uma hora para se sentarem a brincar. Era uma mãe novinha e sozinha, com uma vida amarga, pouco tempo disponível, uma série de preocupações, mas que mantinha esta atenção e resguardava o filho do seu redemoinho. Esta atitude sensibilizava-me.
Nos últimos dias dei por mim a pensar nesta senhora e no filho. O que será deles? Passaram dez anos. A criança hoje será um jovem, com certeza já não quererá brincar com a mãe quando chega da escola. Terá outros interesses, amigos novos, preocupações diferentes. Espero que esteja a trilhar um caminho mais fácil do que........
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