Algo vai mal…
A crise no actual governo da direita (PSD/CDS) provocada pela situação que envolve o actual primeiro ministro e uma empresa da qual é um dos principais titulares é demonstrativo da forma irresponsável e ingénua como entendemos o serviço à república. A situação não sendo nova, pensávamos que não se repetiria, que os representantes políticos já tinham aprendido a lição, de que não podemos continuar a fazer política sem sentido ético e sem responsabilidade cívica. O mandato político requer sentido ético e capacidade de cumprir com as mais elementares regras do jogo democrático definidas na Lei da República.
O descrédito da vida política é acima de tudo o descrédito dos políticos e dos partidos. O cidadão, o homem da rua, tem a percepção de que os políticos e os partidos são instituições mafiosas, malandras, que servem outros interesses que não os do Estado e do Bem-Comum. As televisões, os jornais e as redes sociais amplificam esta factualidade de que na política não existe gente digna nem honrada. A ideia de que são todos iguais, uma “canalha que usa o estado para se governar”. Perante esta percepção e esta ilusão, os partidos da extrema direita populistas ganham terreno eleitoral, ocupam cada vez mais cadeiras na Assembleia da República e........
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