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E Portugal? Vai a Defesa ser tema de campanha?

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09.04.2025

“Alguns na Europa podem estar frustrados com Bruxelas. Mas sejamos claros – se não for Bruxelas, então será Moscovo. A escolha é vossa. Isto é geopolítica. Isto é história”, foi assim que Volodymyr Zelenskyy, a 15 de fevereiro de 2025, na Conferência de Munique se dirigiu aos altos dignatários das nações ocidentais ali presentes. Esta afirmação reforça a importância da escolha estratégica que os países europeus, no momento que vivemos, têm de fazer: permanecer fiéis ao projeto europeu e à cooperação transatlântica ou abrir espaço para o expansionismo russo, que historicamente tem procurado enfraquecer e dividir a Europa. Este apelo à responsabilidade dos líderes ocidentais para que compreendam que a defesa da Ucrânia é também a defesa da própria Europa contra ameaças externas é um alerta claro para que os países da União Europeia (EU) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

A Europa enfrenta uma ameaça crescente da Rússia, com avaliações indicando que um ataque russo a um país da UE pode ocorrer dentro de três a dez anos, possivelmente acelerado pelos exercícios militares Zapad de 2025. O principal foco da UE deve ser continuar a apoiar a Ucrânia, que atualmente serve como uma força de dissuasão crucial contra a Rússia. Caso a Ucrânia rejeite um possível acordo de paz com a Rússia, a Europa terá de aumentar rapidamente o apoio militar, o que incluiria um reforço das capacidades militares europeias para compensar a falta de unidades blindadas e mecanizadas dos EUA. A UE enfrenta um dilema entre aumentar significativamente suas tropas para um total de 300.000 ou melhorar a coordenação militar entre seus exércitos nacionais fragmentados. A falta de comando unificado torna o esforço de defesa europeu menos eficaz, e a coordenação insuficiente pode resultar em custos mais elevados e na ineficácia das ações militares. Para ter uma dissuasão credível, a Europa precisará de grandes capacidades militares, incluindo carros de combate, veículos de combate de infantaria e artilharia, aviões de combate, navios, além de drones e sistemas de comunicação. Isso exigiria um aumento substancial no gasto militar europeu, com uma previsão de aumento de 250 bilhões de euros anuais para........

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