Domingo, 18 de maio de 2025
São oito e meia da manhã. Subo a Rua dos Cavaleiros, passo o Largo do Terreiro, na Mouraria. Entro na Calçada de Santo André. Vou para celebrar a primeira missa de domingo. No passeio, à esquerda, um homem cambaleia. Mastiga um pedaço de pão. A cintura das calças a meio das pernas. As roupas imundas, as barbas sujas. Não terá encontrado sítio para ir a uma casa de banho. Não terá conseguido tirar as calças. A sua roupa mostra claramente os restos de um desses momentos…
Subo a calçada e penso naquela imagem… Com uns setenta anos, um homem, sozinho, a deambular num domingo no meio da rua, sem ninguém que o ampare, sem ninguém que lhe dê um banho e um bom pequeno-almoço. Será assim até ao final da sua vida. Morrerá sozinho, sem ninguém. Provavelmente caído num destes passeios da cidade de........
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