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Uma tarde no cemitério

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09.04.2025

Há quase 40 anos, The Smiths cantavam:

«A dreaded sunny day
So I meet you at the cemetery gates
Keats and Yeats are on your side
While Wilde is on mine»

Morrissey acertava em cheio. Perante Wilde, eu estava mesmo do lado de Keats e Yeats. Mas, além da preferência pelos escritores, o que mais interessava era o local. Afinal, um cemitério era o sítio perfeito para um encontro literário, banhado pelo Sol, com uma melodia alegre. O reencontro com os nossos autores é uma celebração viva, mesmo com aqueles que já partiram. Como já escrevi noutro lugar, há uma relação entre a morte e a leitura que se acentua com a idade.

Há vários anos que visito tanto as casas como as campas dos meus autores de eleição e os cemitérios, ao contrário do ambiente tétrico com que amiúde são caracterizados, sempre me pareceram locais vivos e agradáveis.

Nesta Primavera, o bom tempo brindou Paris e, num fim-de-semana soalheiro, visitei pela primeira........

© Jornal SOL