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A adolescência corrompida e a irresponsabilidade dos pais e dos governos

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16.04.2025

O caso da violação de Loures – uma jovem de 16 anos que quis conhecer os seus ídolos, três influencers que, freneticamente, postavam conteúdos no TikTok e prometiam dinheiro e sucesso – vem confirmar o que há anos venho dizendo e escrevendo a respeito da brutalização da vida dos adolescentes em Portugal. Muitos escreveram já sobre aquilo que, só a reboque deste caso, é agora óbvio: a desumanização crescente das relações entre os adolescentes. Acrescento: e crianças também.

Muitos começam a perceber agora que há uma relação direta entre os casos de violência que se vão multiplicando um pouco por todo o país e o consumo desenfreado dos conteúdos digitais. A relação de causa-efeito é, com mais este caso de Loures, sintoma de que vivemos numa sociedade profundamente doente. O RASI (Relatório Anual de Segurança Interna) atesta do crescimento dos crimes de natureza psicológica e física (atentado à saúde emocional e física, desde as mais pérfidas formas de bullying às práticas efetivas de ataque à vida do outro) entre os mais novos. Como já se diagnosticou em França e noutros países europeus e também nos Estados Unidos, é precisamente a ditadura digital a causa direta dessa violência e dessa brutalização da vida adolescente. E, acrescente-se, da vida adulta. Para muitos especialistas (Michel Desmurget, Nicolas Carr, Byung Chul-Han, Bruno Patino) a revolução digital criou uma geração – a Geração Z – que, pela primeira vez tem um QI inferior aos dos pais; uma geração que, como diz Bruno Patino em........

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