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O STF nu

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14.12.2025

Ao acordar, o STF disse para sua esposa submissa, a Constituição:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação de todos abusos cometidos nos últimos anos. Vem aí o povo com a conta, na certa. Mas acontece que eu estava ocupado demais censurando, prendendo, contando dinheiro e assistindo à final da Libertadores e estou sem argumento.

— Explique isso ao povo — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de transparência e até de justiça e de responsabilidade, gosto de fazer o que bem entender, de decidir e tá decidido. Escuta: quando o povo chegar a gente fica bem quieto, não faz barulho, deixa ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele reclamar nas redes sociais até cansar — depois eu vejo o que faço com ele.

Pouco depois, tendo ficado nu, ele foi ao banheiro para tomar um banho, mas a Constituição já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, o STF resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para pegar uma passagem num jatinho particular para assistir a um evento esportivo qualquer. Ou um contrato com o banco Master. Ou uma liminar que limita os poderes do Senado. Ou um convite para o

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