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Como o “efeito halo” contamina a política e o Judiciário

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O “efeito halo”, um viés cognitivo descrito pelo psicólogo Edward Thorndike em 1920, ocorre quando a percepção positiva (ou negativa) de uma característica de uma pessoa ou instituição molda e contamina a percepção geral sobre ela. Ao desfocar a realidade, distorcer o julgamento público e impossibilitar a construção de consensos, este viés está no cerne de muitos conflitos atualmente em curso no Brasil.

Trata-se de uma filtragem psicológica que produz interpretações opostas de fatos idênticos – e avaliações opostas sobre as mesmas pessoas. O fenômeno é amplificado quando os próprios personagens envolvidos atuam tendo como prioridade não o bem comum, mas a reafirmação da imagem idealizada que têm de si. Por sua vez, os apoiadores tendem a ver seus líderes como moralmente superiores, enquanto demonizam o adversário.

Em um momento de grave tensão institucional e radicalização ideológica, agentes públicos agem motivados não pela razão e pelo bom senso, mas pelo temor de demonstrar fraqueza e por uma visão de mundo maniqueísta. Opiniões divergentes são percebidas como ameaças, e o adversário vira inimigo. A realidade se transforma em uma mesa de jogo, onde ninguém se mostra disposto a ceder. Ao contrário: é preciso sempre dobrar a aposta.

No Brasil de........

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