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Viver da política ou para a política, eis a questão

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Por suas habilidades excepcionais, Aquiles, protagonista da “Ilíada” de Homero, não se alonga em dúvidas quando confronta na Guerra de Troia o clássico dilema da política: “Não regresso, mas compro glória eterna; Se torno ao doce ninho, murcha a glória; Terei velhice longa e fim tardio”. O épico foi escrito em dialeto jônico, por volta do século VIII a.C., o que torna a obra uma das mais antigas da literatura ocidental. A mortalidade emblemática da existência humana se contrapunha à eternidade do cosmos, dos deuses, da natureza. 

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A política como ela é Mirem-se no exemplo da Enel Entre polos cristalizados, a política nas margens

Superar a morte – e o esquecimento – era saga heroica, só alcançada na esfera da política que, como aponta Hannah Arendt, também se expressa na Ágora, a praça de debates da fundante polis grega. Nela, política, comunicação e ação são tríade indissociável do debate público e dos feitos imortais.

No engatinhar deste novo milênio, dois grandes tipos de políticos seguem firmes na esfera pública: aqueles que vivem para a política; e aqueles que vivem da política, diria Max Weber. Ultimamente, os segundos assumem o protagonismo. A semana foi a vez de mais uma velha prática parlamentar ser apresentada à sociedade. Rachadinhas? Não, essas já estão batidas: foram muitos mandatários – ou aqueles em cargos públicos, que indicam contratações comissionadas – flagrados cobrando pedágio de servidores em retribuição ao “favor” do emprego público. 

Em mais um desdobramento de investigação contra parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou

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