Maioria que mora em território do tráfico se sente mais protegida por facções do que pelo Estado
“Qualquer governo é melhor que a ausência de governo” proferiu o filósofo inglês Thomas Hobbes ao dizer da importância da regência de regras e acordos entre os homens para que a sociedade delimite sua convivência de maneira pacífica. A ordem é uma necessidade para se estabelecer direitos e deveres, desenhar responsabilidades e punir aqueles que a infringem. Nesse sentido, a ausência do Estado brasileiro em diversas localidades espalhadas por todo o extenso território nacional, permitiu a instalação de novas formas de governo e controle local. As facções criminosas são o Estado para quase 1/3 dos brasileiros, segundo levantamento da RealTime Big Data, feito com exclusividade para o blog De Dados em Dados, do Estadão. 32% dos brasileiros dizem viver em bairros que são governados por uma organização criminosa e, inacreditavelmente, 63% dizem se sentir mais seguros pela ordem do tráfico e das milícias do que pelo trabalho das polícias do Estado.
Transitar com vidros do carro aberto, dar sinais de luzes, baixar o farol do veículo, não caminhar sem camisa, não passar por determinada rua, proibição de assaltos e brigas familiares, além de uma outra série de regramentos está presente no código informal de conduta de diversas comunidades pelo Brasil. Essas determinações variam de acordo com o comando estabelecido na localidade.
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