A Ponte de Alcântara a Almada - Nós passámos por baixo dela
«Estamos em 1962, num país orgulhosamente só, e vem aí a construção da primeira ponte suspensa sobre o Tejo [na zona de Alcântara], para a qual vão ser precisos cerca de três mil homens. A obra irá mudar para sempre a paisagem da capital, muito especialmente para quem vive em Alcântara.
(…) É, de resto, pelos olhos deste serralheiro [Victor Tirapicos] de vinte e dois anos que veremos a ponte erguer-se um pouco mais todos os dias e, ali mesmo ao lado, partirem os navios cheios de rapazes para a guerra do Ultramar, de onde muitos acabarão por voltar estropiados, endoidecidos ou mortos.»(1)
O nosso Batalhão passou por baixo da ponte, no “Uíge” em Abril de 1968. Por cima os carros rolavam de Lisboa para a outra margem, da outra margem para Lisboa, indiferentes àquele barco que passava por baixo naquele momento. “Ouvíamos” os seus ocupantes a comentar: “Olha, lá vai mais um barco a passar debaixo da ponte. É um daqueles navios de passageiros. É mais um contingente de tropas que vai para........
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