Os jogadores de xadrez
Escrevo esta crónica, a que nunca faltei, na manhã de segunda feira, ainda sob a desolação dos resultados eleitorais da véspera. E, não querendo acrescentar mais palavras à desgraça, ocorre-me um poema de Fernando Pessoa/ Ricardo Reis, que elogia aqueles que, ante a invasão violenta dos bárbaros na cidade, continuam a jogar a sua partida de xadrez, absorvidos inteiramente no seu jogo. E tira uma moral: Tudo o que é sério pouco nos importe / O grave pouco pese.
Ora, ao decidir não acrescentar a minha prosa a todas as análises e comentários que este descalabro da esquerda e esta encruzilhada da direita democrática inspiram, e bem, a tantos dos que escrevem nos jornais, sinto a culpa de quem deserta de um combate e o........
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