“O silêncio que fala: a solidão...”
Encontrei um menino, no recreio, com as costas encostadas ao muro da escola. Não está triste — apenas pensa. Observa os colegas a correr, a rir, a trocar cromos e gargalhadas, e ele fica ali, a meio caminho entre o grupo e o seu próprio mundo. Já tentou juntar-se, mas as conversas parecem sempre demasiado pequenas para caberem nas perguntas que leva por dentro. Não é tímido, apenas sente que fala outra língua — a das ideias que o entusiasmam e das descobertas que o fazem sonhar. É a solidão de quem pensa rápido demais, de quem sente de forma intensa, de quem ainda procura o seu lugar. Sabemos bem que na escola, há muitos “meninos do muro”. Alunos que, por fora, parecem bem, mas que, por dentro, vivem um desencontro silencioso. São as crianças e jovens com altas capacidades, frequentemente rodeados de colegas, mas sem pares verdadeiros. Às vezes, têm notas excelentes e ninguém suspeita da solidão; outras, escondem o seu talento porque já aprenderam que pensar diferente pode ser um problema. Quantas vezes nos contam o que lhes chamam: “sabichões”, “arrogantes”, “inquietos”, e pouco a pouco vão apagando o brilho para caberem melhor. Há também os que ainda não são visíveis. Aqueles cuja curiosidade e inteligência passam despercebidas porque o foco dos adultos recai apenas........





















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