Ao presidente Lula
O apego à aliança política por preferência ideológica somente faz sentido quando a democracia e o Estado de Direito são respeitados. Ante as evidências de irregularidades nas eleições da Venezuela, Luiz Inácio Lula da Silva — na condição de presidente da maior nação do Hemisfério Sul — tinha o dever moral de condenar o comportamento do presidente Nicolás Maduro e de reconhecer Edmundo González Urrutía como líder eleito. A postura de Lula não condiz com a de chefe de Estado de um país que esteve prestes a sofrer um golpe sob o governo de Jair Bolsonaro. Também é incoerente, quando se recorda que o Brasil enfrentou os anos de chumbo, entre 1964 e 1985, com a diferença de que, enquanto por aqui o poder estava com os militares, na Venezuela, ele permanece nas mãos de um civil que comprou os militares com cargos no governo, com dinheiro e compra prestígio. Maduro destruiu a Venezuela. Corroeu a economia, dilapidou a sociedade, forçou a fuga de milhões de pessoas para o exílio.
Em meio ao desastre, Maduro aperta o cerco à oposição........
© Correio Braziliense
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