O Rio está me chamando: in memoriam de Hélio e de Chatô
Sou uma pessoa caseira. Devota do meu canto, onde procuro sempre entrar com pés descalços, corpo e mente despidos de energias ruins. Mas, de vez em quando, sinto os chamados para sair do casulo. Há algum tempo, o Rio tem me convidado. Já devia ter ido, mas a vida é feita de adiamentos, todos sempre justificáveis até percebermos que esperamos demais.
Gostaria mesmo — e muito — de ter ido com Hélio, meu amigo, conhecer Laranjeiras. Perdi esse bonde. Um dos meus leitores mais cativos e interessantes, a quem eu enviava colunas, entrevistas e textos por e-mail para trocarmos impressões e interpretações, morreu há alguns dias e me deixou com extrema saudade do passeio que não fiz — além de tantas saudades mais. Despediu-se desse plano aos 94 anos, intensamente vividos com extrema sabedoria e lucidez.
Havia marcado com ele e com a tia Coy, tios por parte de pai de meus filhos, amizades de décadas que cultivo e que tanto me abastecem, para nos encontrarmos em abril, no Rio. Veríamos juntos o musical Chatô & os Diários Associados — 100 anos de........© Correio Braziliense
