Eu sou subversiva!
Recebi notícias nesta semana tão intensas que perdi a necessária serenidade para escrever uma nova coluna. Então, sinto que é mais sensato divulgar um trecho do próximo romance “O que mantém um homem vivo”, ainda inédito:
“E assim voltava a razão daquelas chagas, que eram marcas da batalha da Rua Maria Antônia, em 1968, quando a militante foi atingida por garrafas de ácido sulfúrico nas pernas. Então, sem erotismo pela origem, as suas coxas avultavam da batalha. A bravura voltava a ser eloquente, com um discurso que animava para a luta, candente nos corações.
— O que são as dificuldades para a vitória do socialismo, companheiro?
— O que são nossas dificuldades frente ao heroísmo do vietcongue?...
— Eu sou subversiva! Eu quero virar este mundo de cabeça para baixo.
Quando ela falava assim, pelo eco em nossa consciência, mais que falava palavras. Falava imagens que carregávamos em nós mesmos, e não falávamos tão eloquentemente. ‘O que você quiser de nós, fale, mulher. Fale, jovem que não é mais criança. O que deseja deste servo da causa?’.
Tantas paixões e amores ela fez despertar. Mas não a este narrador, que foi tragado pelo amor a Soledad Barrett no livro “Soledad no Recife”. E por que, em um coração sem abrigo, ela não despertou a ambição de amá-la? Havia nela os cabelos ruivos, a pele branca, uma altura mignon. Isso queria dizer que a sua beleza não era morena, à luz da lua, quando caminhava pela relva do Parque 13 de Maio, no Recife. No parque, ela vai à nossa frente, baixinha, magra, de minissaia. E nós, marmanjões de 19 ou 20 anos, a segui-la como........





















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