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Ciro no PSDB e as ironias da política

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O papel que a ironia desempenha na história tem sido estudado, mas sua função na vida pública contemporânea ainda permanece pouco explorada. O teólogo e filósofo político americano Reinhold Niebuhr, em sua obra clássica A Ironia da História Americana (1952), analisou como as supostas virtudes de uma liderança acabam se revelando vícios que beneficiam os próprios adversários. Na política brasileira, essa ironia se manifesta quando os fatos ocorrem de maneira oposta àquilo que seus desencadeadores imaginavam.

O caso de Eduardo Bolsonaro ilustra o fenômeno. O presidente Lula o chamou de “meu camisa 10” porque, ao articular sanções do governo Trump contra o Brasil, o deputado gerou uma onda de rejeição contra si e seu grupo, entregando de volta ao campo progressista a bandeira do patriotismo e da soberania nacional.

Ciro Gomes também se tornou um exemplo dessa ironia. Toda a sua violência verbal e a força de seus ataques acabaram se voltando contra si mesmo, beneficiando exatamente aqueles que pretendia destruir: Lula e o Partido dos Trabalhadores, tanto nacionalmente quanto no Ceará. Neste momento, Ciro anuncia sua desfiliação do PDT e se prepara para ingressar no PSDB, enfrentando um cenário radicalmente diferente daquele que construiu no passado.

O contraste com sua trajetória é gritante. Quando Ciro mudava de partido antigamente, era um acontecimento que trazia consigo prefeitos e deputados. Agora, ele vem praticamente sozinho,........

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