Entre Bielsa, Mujica e Pavlidis
Pavlidis está, agora, a gozar os louros dos golos marcados, mas foi sempre o mesmo desde que chegou e não entrou por atalhos para chegar aonde queria
O prazer de ler e ouvir José Pepe Mujica, antigo presidente do Uruguai agora às portas da morte com cancro do esófago, ajudou-me a ultrapassar várias madrugadas sem sono e conduziu-me incontáveis reflexões, profundas ou superficiais.
Há na simplicidade, elegância e beleza das ideias do treinador argentino Marcelo Bielsa muitas semelhanças. São dois pensadores que obrigam qualquer um a parar, olhar para dentro e fora de nós e a pensar. Já vamos tendo pouco tempo para isso. Por isso, tropeçar neles, inesperadamente, numa entrevista ou numa conferência de Imprensa, é sempre uma oportunidade para nos enriquecermos.
Vem isto a propósito — talvez melhor fosse dizer a despropóstito — de Pavlidis, agora a gozar os louros dos golos marcados e a admiração dos benfiquistas.
A história do avançado grego é, como a de muitas de nós, feita de sacrifício e sem o conforto do privilégio. Não mostrou, em criança, grande pinta para ser jogador, ninguém lhe augurou, como reconheceu um dos primeiros treinadores dele numa recente entrevista à publicação reader.gr, um grande futuro nos campos, foi um........
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